Ações truculentas em protestos teriam levado Beltrame a pedir substituição. Ato tentou chamar atenção do Papa em Copa
Rio - Com a imagem desgastada pelas duras críticas quanto à maneira
truculenta de reprimir as manifestações, a PM enfrenta agora um embate, dentro
da própria instituição. Na semana que vem, deverá ser nomeado um novo
comandante-geral para substituir o coronel Erir da Costa Filho, no posto há
quase dois anos. A substituição teria sido um pedido do secretário de Segurança
Pública, José Mariano, ao governador.
Além das ações contra manifestantes, uma discussão pelo Twitter da
corporação, gerenciado por Erir, com a Alerj e a Ordem dos Advogados do Brasil
teria desagradado a Beltrame. E uma discussão ríspida entre ele e o oficial
teria sido a gota d’água.
Entre os nomes cotados para suceder Erir estão o chefe do Estado Maior,
coronel Robson Rodrigues; o comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora
(CPP), coronel Paulo Henrique de Moraes; e o relações públicas da PM, coronel
Frederico Caldas, até agora o mais cotado.
Mas circulam ainda os nomes do coronel Cláudio Lima Freire, do 3º (CPA),
responsável pela Baixada; e do coronel Henrique Lima Castro, que está na
Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos. Robson já respondeu a
processo por envolvimento com a Liesa.
Paulo Henrique é citado no assassinato da juíza Patrícia Acioli porque era
chefe da segurança do Tribunal de Justiça na época em que a magistrada teve a
segurança negada.
Alguns peregrinos também se juntaram à manifestação, que foi
controlada até pela Força Nacional
Protesto tentou chamar a atenção do Papa
Cerca de 300 pessoas protestaram ontem em Copacabana contra o
governador Sérgio Cabral. Os ativistas passaram pela Avenida Atlântica, onde o
Papa celebrou a Via Sacra, e chegaram até a área de convidados do evento, quando
a Força Nacional foi acionada e fez um cordão de isolamento. Não houve
confrontos até o fechamento desta edição.
Comerciantes da Rua Barata Ribeiro, por onde o grupo passou,
fecharam as portas às pressas. A PM adotou a mesma tática inaugurada
quinta-feira, quando policiais acompanharam o ato no meio da multidão e fizeram
debates com os manifestantes. Muitos deles estavam identificados com letras e
números nos coletes e bonés.
A Estação Cardeal Arcoverde chegou a ficar obstruída devido à
grande aglomeração de manifestantes, com cartazes escritos em várias línguas, em
frente à entrada principal. O estudante de design gráfico Anderson Bonfim, 21
anos, que faz parte do grupo Anonymous Rio, disse que o protesto pretendia
alertar o Pontífice sobre os problemas da cidade. A manifestação foi chamada de
“Papa, olha como somos tratados”. “Queremos que ele veja o que está acontecendo
aqui”, comentou.
Socorristas voluntários ficaram de plantão nas ruas do entorno, identificados
com aventais e luvas de borracha. Na parte interna do evento, portadores de
deficiência foram orientados a ficar em área especial até que a confusão
acabasse.
Cinco manifestantes derrubaram grades colocadas na Avenida Atlântica para a
passagem do Pontífice. O trânsito ficou complicado na região, sobretudo pela
aglomeração de policiais.
Quebra de sigilo vai ser pedida
O delegado titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), Fábio Barucke,
vai pedir a quebra do sigilo telefônico do estudante Rodrigo Graça, de 19 anos,
que na quinta-feira prestou queixa relatadando ter sido vítima de um sequestro
relâmpago com motivações políticas, na Tijuca.
Rodrigo, que é militante do Psol, e contou ter sido levado por
quatro homens armados, na Praça Afonso Pena, que ameaçaram matá-lo caso ele
continuasse a criticar a PM e o governo pelo Facebook. Procurado pelo
DIA , Rodrigo disse que até o início da noite desta sexta-feira
não havia sofrido novas ameaças.
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