Os prefeitos e governadores dos Estados das três cidades mais populosas do país --São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador-- fizeram pedidos de obras num valor de R$ 26 bilhões ao Ministério do Planejamento e Orçamento, em encontros com a titular da pasta, Miriam Belchior, nesta segunda-feira (8), em Brasília.
Os investimentos são para obras de mobilidade urbana. O valor pedido pelos três municípios corresponde a mais da metade do que o governo federal prometeu investir --R$ 50 bilhões-- em obras de mobilidade em todo país.
Essa foi a primeira rodada de conversas do governo federal com governadores e prefeitos das maiores capitais do país, que deve seguir até a quarta-feira (10). Ainda não há previsão de quando serão anunciadas as obras a serem contempladas.
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse que o governo trabalha com todos os Estados da federação, mas reconheceu que as cidades com os maiores problemas de mobilidade urbana serão o primeiro foco.
São Paulo
Os primeiros a serem recebidos hoje foram o governador e o prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), para tratar de pedidos do Estado e municípios paulistas na área de mobilidade urbana.
O pedido dos governantes paulistas soma R$ 17,3 bilhões. O Estado pediu R$ 10,8 bilhões para metrô, trem, estação de trem e corredores metropolitanos. "Os projetos englobam duas linhas de metrô. O prolongamento da linha 5 até o Jardim Ângela e o prolongamento da linha 2 entre a Vila Prudente e Tiquatira", afirmou Alckmin após o encontro.
A verba também seria usada para fazer o prolongamento da linha 9 até Varginha, na zona sul, e a reforma de 30 estações, além de um corredor metropolitano, ligando o ABC até Guarulhos, e um de Campinas a Sumaré.
A prefeitura fez uma proposta de 150 km de corredores de ônibus, num montante de R$ 6,5 bilhões. Haddad informou que também pediu mudanças na legislação de licenciamento ambiental, para que as obras de transporte público de massa tenham um regime diferenciado, e nos procedimento de desapropriação, para que seja mais ágil.
Rio
O governador e o prefeito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB), pediram ao governo federal um montante de R$ 4,3 bilhões para aplicar em mobilidade urbana. Do total, R$ 2 bilhões são para o governo do Estado e R$ 2,3 bilhões para a prefeitura.
Segundo Cabral, o dinheiro, caso chegue ao governo do Rio, seria aplicado na linha 3 do metrô, que ligará o Rio de Janeiro aos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. De acordo com o governador do Rio, a previsão é que a linha transporte de 250 a 300 mil usuários por dia.
Bahia
Na terceira rodada de encontros foi a vez dos baianos fazerem seus pedidos de R$ 5 bilhões ao governo federal para obras de mobilidade. Desse total, quase R$ 4 bilhões são projetos do governo do Estado, segundo explicou o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM).
Neto disse que o município de Salvador apresentou dois projetos ao governo federal, num investimento total de R$ 1,2 bilhão.
Mapa dos protestos
"O maior deles prevê investimento de R$ 900 milhões, com um corredor viário, implantação de um sistema de BRT, criação de vias expressas e um conjunto de viadutos e elevados. Cerca de 85% das pessoas que transitam pelo centro da cidade serão beneficiadas. Adicionalmente, temos intervenções de melhoria transporte e trânsito com um custo de R$ 300 milhões", disse.
Demanda
Durante reunião com prefeitos e governadores de todo o país no final de junho, a presidente Dilma Rousseff prometeu mais R$ 50 bilhões em investimentos para obras de mobilidade urbana.
Em junho, Dilma criticou ainda as políticas de governos anteriores no setor de transportes. "Essa decisão é reflexo do pleito por melhoria do transporte coletivo no nosso país, onde as grandes cidades crescem e onde, no passado, houve a incorreta opção por não investir em metrôs. Só muito recentemente, nas últimas décadas, é que o metrô passou a ser um dos meios de transporte reconhecidos como sendo objeto da necessidade de investimento", disse a presidente.
O anúncio de Dilma veio após uma onda de manifestações em todo o país --os protestos começaram em São Paulo pedindo a redução da tarifa de ônibus.
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