sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pegadinha da casa própria.

Cuidado com o golpe de crédito facilitado para compra da casa própria.


Fonte: http://extra.globo.com/casa/teste-do-extra-mostra-que-cooperativas-habitacionais-fazem-falsas-promessas-sobre-liberacao-do-credito-5761378.html

Teste do EXTRA mostra que cooperativas habitacionais fazem falsas promessas sobre liberação do crédito


A proposta das cooperativas habitacionais é de encher os olhos: uma entrada pequena, parcelas que não pesam no orçamento e fim das exigências burocráticas para sair do aluguel e tornar a casa própria uma realidade. A merendeira Maria de Lourdes do Nascimento, de 53 anos, não resistiu. Meses após ter ficado viúva, decidiu aplicar as economias deixadas pelo marido para comprar um imóvel de R$ 70 mil pela Casa Própria Cooperativa Habitacional. Mas a euforia logo se transformou em frustração e tristeza.
— Paguei um total de R$ 2.607,05. Saí de lá com a certeza de que o dinheiro da casa sairia em até três meses. O prazo passou, e foram me enrolando. Quando vi muitas pessoas chegando para reclamar da demora, desisti. Só queriam me devolver uns R$ 400. Entrei em depressão. Dei o que eu tinha e continuo no aluguel com meus três filhos — revolta-se a merendeira, que ainda se culpa por ter induzido o filho e a nora a entrarem no negócio. Agora, todos tentam reaver na Justiça o investimento perdido.
Com cerca de 20 processos ganhos contra as cooperativas habitacionais e 40 em andamento, o advogado Daniel Barros afirma que a reclamação costuma ser a mesma: a falsa promessa do vendedor, que compromete-se a liberar o dinheiro num prazo curto, sem explicar que é preciso atingir um determinado percentual do valor pedido para obter o crédito. O EXTRA esteve nas cooperativas Kerocasa, CasaBella e Casa Própria. Em todas, os vendedores fizeram jus à má fama: prometeram facilidades sem alertar para as exigências.
Confira o diálogo das empresas com a repórter:





Empresas se defendem
Jair Cássio, presidente da Kerocasa, defende que a atitude de um funcionário não pode comprometer a imagem e o trabalho da cooperativa habitacional:
— Nosso sistema é regulamentado pela Lei 5764/71. No caso da Kerocasa, não tem sorteio, lance, mas é preciso ter entrada mínima de 20% ou pagar as prestações até integralizar esse percentual. Mas não coloco a mão no fogo pelos cerca de 80 funcionários. Algum pode passar uma informação exagerada por excesso de confiança no trabalho da empresa. Erros pontuais podem acontecer. Mas o site e o contrato são claros, com respostas de perguntas frequentes — afirmou ele.
Já Fernando Miranda, diretor comercial da Casa Própria, alegou que todos os associados são informados que não há um prazo e nem uma data para a liberação do capital para a compra do imóvel e, como precaução, tem todas as gravações com os associados respondendo que não receberam prazo.
O EXTRA tentou, por diversas vezes, entrar em contato com um responsável pela CasaBella, mas não obteve sucesso nas chamadas e nem retorno ao recado deixado com funcionários.
Com chaves e queixas
A aposentada Rosa Maria Avelar, de 67 anos, comprou um imóvel pela cooperativa Kerocasa mais de um ano após pagar a taxa inicial e a primeira mensalidade. A satisfação de ter conseguido o apartamento desejado na Taquara, em Jacarepaguá, não a impede de reclamar da falta da clareza de empresa. De início, não queria comentar sobre a insatisfação, mas depois soltou o verbo:
— Foi chato o que aconteceu. Quando entrei, ia fazer 65 anos, e me ofereceram seguro. Quando foi para assinar o contrato (em maio deste ano), disseram que eu não teria direito, e tive que colocar o nome de uma pessoa da família como responsável pela dívida, caso eu morra.
Segundo Rosa, quando se associou, o vendedor informou que o crédito sairia no fim do mês.
— Era mentira. Depois, descobri que precisaria dar um percentual. Confesso que não li o contrato. Quase desisti, mas continuei pagando as prestações para ver como ia ficar — disse ela, que pegou emprestados R$ 12 mil para chegar aos 19,99% do valor financiado exigidos para a liberação do crédito.
O presidente da Kerocasa, Jair Cássio, informou que o funcionário que atendeu Rosa passou por uma reciclagem de atendimento.
— Foi o primeiro caso nessa faixa etária. Mas o mercado não faz seguro acima de 65 anos — justificou.

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