A Câmara Municipal aprovou na sessão realizada na última segunda-feira, por 18 votos a dois, o Projeto de Resolução que prevê a concessão de plano de saúde com abrangência nacional para todos os parlamentares e servidores do Legislativo. Detalhe: tanto os vereadores quanto os servidores já tinham plano de saúde, só que era com cobertura local. Aproximadamente 250 pessoas serão beneficiadas com o projeto, que entrará em vigor no próximo mês.
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| Contra: Fuede diz que vereadores poderiam pagar plano com dinheiro do próprio bolso |
O vereador Jorge Fuede (PTB), que votou contra o projeto, afirmou que a votação foi em regime de urgência. Ele classificou o projeto de imoral:
- Votei contra porque para mim esse projeto não é correto. Mesmo sendo amparado pela legalidade, esse benefício é um exemplo de imoralidade. Ninguém votou em mim para que os recursos fossem revertidos para o meu bem estar próprio. Essa é a minha opinião. As negociações sobre o aumento da abrangência do plano de saúde já estavam sendo realizadas de maneira informal nos corredores, já que é do interesse de alguns vereadores - disse.
Para o vereador, o subsídio mensal de um parlamentar é capaz de manter regularmente o pagamento de um plano de saúde, com cobertura nacional se ele quiser. Na opinião dele, o valor que a Câmara vai gastar para cobrir os custos com o novo plano só prejudicará a população.
- Não é a Câmara que paga o plano para mim, mas sim os usuários do SUS. Não sei por que criaram esse projeto, já que todos os interessados já tinham direito ao plano de saúde, mesmo que fosse de cobertura local. Acredito que eles não estavam se sentindo seguros com o antigo modelo do benefício de saúde. Por este motivo, os vereadores encontraram uma forma para assegurar esse serviço. Eu não concordo e não quero me beneficiar desse plano - falou.
Fuede afirmou que quando assumiu uma cadeira na Câmara Municipal recebeu um ofício, oferendo o benefício do plano de saúde. Ele disse que não preencheu o documento, porém os seus dados foram enviados para o plano de saúde da mesma forma.
- Não me pergunte como, mas recebi a carteirinha provisória do plano no meu gabinete. Novamente tive que fazer um ofício relatando que não era do meu interesse receber o benefício. Não é agora que vou querer o de abrangência nacional. Respeito o voto de todos os vereadores, mas temos sempre que pensar pessoas que passam dificuldade para marcar uma consulta. Tem famílias que não tem plano e precisam esperar para ter um auxílio médico. Se a abrangência precisar ser aumentada algum dia, quem deve arcar com o gasto sou eu - frisou.
Paulo Baltazar (PRB) foi o outro vereador que votou contra a aprovação do projeto. Segundo ele, a Câmara tenta aprovar essa concessão desde 2003, mas sempre sem sucesso.
- Eu sempre disse que não era para por o meu nome. Inclusive me comprometi com os vereadores que não iria fazer nenhum estardalhaço por causa dessa aprovação. Isso não tem lógica, já que quando a saúde não é dramática, é um caos. É incorreto. Se o vereador quiser um plano melhor, ele que deve pagar. Eles dizem que o valor é abaixo do mercado, porém não interessa. A questão é de responsabilidade com quem votou nos vereadores - enfatizou.
Segundo Baltazar não existe coerência em uma população pagar o plano de saúde de um vereador. O parlamentar completou que como alguém que não tem, vai "bancar" o serviço para outra pessoa.
- É como se estivéssemos tirando de quem não tem para dar a quem tem condição. Todos sabem que o salário de um vereador não é baixo, e que todos podem arcar com a despesa. É uma bobagem. Trabalhamos com dinheiro público. Vale ressaltar também que os dependentes não estão incluídos nesse projeto. Respeito à decisão, mas não concordo com a aprovação - afirmou.
A presidente da Câmara Municipal, América Tereza, falou, por telefone, com o DIÁRIO DO VALE, mas não quis comentar sobre o assunto.
Relação de voto dos vereadores
Votaram contra: Paulo Baltazar (PRB); Jorge Fuede (PTB)
Votaram a favor: América Tereza (PMDB); Fábio Buchecha (PTB); Sidney (Dinho) (PSC); Tigrão (PMDB); Paulo Conrado (PSC); José Augusto (PDT); Maurício Batista (PTN); Edson Quinto (PR); Jerônimo (PSC); Novaes (PP); Neném (PC do B); Adão (PP); Fernando Martins (PSDC); Sukinho (PSD); Walmir Vitor (PT); Pedro Magalhães (PSDB); Jari (PT); Francisco Chaves (DEM)
Faltosos: Simar (PSB)
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